É a sede do concelho. Aqui se concentram as principais actividades económicas
de um conjunto de dezanove freguesias, aqui se encontram os principais serviços administrativos do concelho.
O nome da
freguesia deriva de lageola, que por corrupção derivou em lijó e Alijó. Significa pequena fraga ou laje e poderá aludir a
qualquer monumento de origem dolménica que aqui tenha existido. Santa Maria Maior de Alijó recebeu o primeiro foral em Abril
de 1226, passado por D. Sancho II, e o segundo em 1269 por D. Afonso III. D. Manuel concedeu-lhe foral novo em 10 de Julho
de 1514. No primeiro destes documentos, o monarca dirige-se aos vobis hominibus que habitatis in villa de Leggio et in suis
terminius. No segundo daqueles forais, o de 1269, D. Afonso III renova o anterior e cita já o lugar de Presandães: Do et concedo
vobis populatoribus de Aligoo ipsam terram de Aligoo cum suis terminus novis et antiquis. Do et concedo insuper vobis cum
ipsa villa de Aligoo aldeyam de Prazennaes.
Até meados do século XVIII, foi donatário da vila o Marquês de Távora, passando
a sua posse para a coroa depois da célebre execução daquela família nobre às ordens do Marquês de Pombal, por suspeita de
envolvimento na tentativa de assassinato do rei D. José I. Segundo o Pe. António Carvalho da Costa, era a sua igreja uma reitoria
do padroado real.
Na área desta freguesia existe uma fonte de água que conserva desde há muitos anos excelentes características
no tratamento de algumas doenças, muito fria no Verão e quente no Inverno. Tem origem num outeiro de grande fragosidade e
corre para nascente. Representa parcela importante do turismo que todos os anos procura o concelho.
O pelourinho, símbolo
do pujante poder administrativo de Alijó, que ao longo dos séculos se foi fortalecendo, foi classificado como imóvel de interesse
público em Outubro de 1933.
A nível religioso, temos, entre outros, a igreja paroquial e a Ermida de Nossa Senhora da Conceição.
A igreja matriz de Alijó data do século XVIII. Destaca-se no interior a pia baptismal onde foi baptizado D. António Alves
Martins, bispo de Viseu. Encontram-na na sacristia, ainda, dois cálices, um deles do século XIV e o outro quinhentista. Também
desse período é uma belíssima sagrada custódia ali exposta. Em termos de imagens de cariz religioso, a mais antiga é aquela
que representa Santa Maria Maior. É em pedra de Ançã e data do século XVI.
A Ermida de Nossa Senhora da Conceição, no ponto
mais alto do monte da Cunha, é muito concorrida pela população no dia da sua festa, na Segunda-feira de Pascoela. Ali, o ar
puro e as paisagens naturais fornecem ao visitante uma força suplementar. Admirável monte aquele, porque delle se chegam a
descobrir as mais altas serranias desta província, e ainda das confinantes, e o districto de oito dioceses, entrando nesta
conta duas do reino de Cas-tella; e sendo tão levantado o terraplano, e naturalmente agreste, aspero e infructifero, em todo
o districto se produzem fructos, e plantas, como se fosse a terra mais mimosa. Segundo Américo Costa, que continuamos a citar,
nem é menos de admirar que, sendo o sitio tão disformemente alto, corram alli os ares tão benignos e temperadores.
Por José Nogueira dos Reis< font>