Sobre o historial de StªEugénia, preocupo-me em nunca perder de vista os princípios programáticos como
horizonte de referência. Daí que o texto elaborado se procure aproximar, quanto possível, dos referidos princípios, o que
não supõe, necessariamente uma submissão .
O mais deslumbrante miradouro !!! |
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Capela de Santa Barbara -Em StªEugénia | |
Há no programa que a mim próprio propus, pressupostos implícitos e explícitos dos quais destaco os seguintes:
1- 1-
O reconhecimento da importância da origem da povoação na sua história actual;
2- 2-
O reconhecimento da minha preocupação primordial pelo viver da pessoa
humana;
3- 3-
O reconhecimento da importância daquilo a que costumo chamar de ciências auxiliares da história, no desenvolvimento
da pessoa humana;
4- 4-
A minha proposta de uma abordagem hermenêutica, interpretativa, que julgo facilitará, facultará, o recurso a um significado
oculto traduzível noutra linguagem, melhor, noutra ou noutras interpretações, buscas, melhoramentos, novas descobertas, etc.
A interpretação , é precisamente, uma busca de significado e distingue-se do
conceito de explicação que é, nas ciências a procura de causas. Ler uma obra, é tomá-la como um acontecimento significativo.
Fazê-la emergir na sua verdadeira natureza e integridade. A tarefa hermenêutica, consiste na clarificação da obra, através
do desenrolar interno do seu significado e na relação de cada uma das partes entre si, como um todo e, mais amplamente, com
o espirito da época.
Daí, a necessidade de compreender a obra na sua relação com a visão do antes
e com a visão total da época. É nesta dinâmica que consiste o circulo hermenêutico. Neste meu modesto trabalho procurei fazer
um pouco disso tudo ao mesmo tempo, isto é: Ao mesmo tempo que consultava e lia obras de vários autores, tentando aplicar-lhe
o atrás descrito, fazia, escrevia praticamente em simultâneo, esta pequena obra,
tentando fornecer ao leitor, não só o contexto épocal, mas também, quanto possível, uma visão panorâmica da totalidade do
meu pensar, em relação à origem, desenrolar e actualidade, da nossa mui nobre e querida «parvónia».
Que Santa Barbara me guie nessa tarefa e guarde todos os Santagenenses de nascimento
e ou opção. Pois, o que hoje somos, é fruto de uma «michelândia» de povos
e culturas que muito nos enriqueceu. É, provavelmente por isso, que nós somos como o mel; somos uma especiaria elaborada a
partir de uma infinidade de pólens , sabores e plantas.
Julgo também, ser oportuno referir, porque se me afigura legitimo, que a leitura
das obras, sua interpretação e comentários, só são viáveis «se o aluno for instruído nos processos, problemas e doutrinas
históricas, psicológicas e até filosóficas, que alimentam o discurso do autor. Pretendo referir com isto, que a precariedade
do meu saber leva-me muitas vezes a lacunas e ou vazios, impeditivos para mim, de vos apresentar um trabalho que, senão mais
profícuo, concerteza, mais científico. Peço por isso humildemente desculpa.
Para além da eventual resistência que um texto de história, mais ou menos dificil, pode criar no leitor ( resistência que em mim é infinitamente alargada), há que
ter em conta que no caso particular da história de StªEugénia, os textos ( escritos ou falados) que na maior parte das vezes
encontramos, achamos, encontram-se repletos de interpretações em que a mistura do cientifico se encontra envolvida num emaranhado
de interpretações, dizeres, alusões, «à-partes», lendas e mitos, em que o que os separa é tão ténue, que ainda dificulta grandemente
essa original problemática.
Nesta óptica, abordei o historial de Santa Eugénia, como pressuposto fundamental
para a compreensão do essencial ao longo dos tempos. É minha convicção que este
não é o horizonte final, o que implica a exigência de uma abordagem da nossa história, que englobe campos como: arqueologia,
gastronomia, folclore, antropologia e outros, para os quais, não estou particularmente preparado, informado, e, muito menos,
certificado.
Considerando ao menos que eu tenha conhecimento que, pela primeira vez, há a
preocupação de elaborar, numa visão - mais ou menos de totalidade a história
de Santa Eugénia, foi apenas e só, minha preocupação contribuir para que outros dispusessem de um ponto de partida quiçá mais
capazes para um trabalho mais completo e meritório, aguçando-lhe ao mesmo tempo, o apetite para o devorar e ou ultrapassar.
Pois, não obstante o meu empenhamento na elaboração deste trabalho, tenho a convicção profunda, de que ele é susceptível de
melhoramento e, consequentemente competirá a outros mais capazes, formados, por exemplo em história e ou sociologia e outros
destinatários, com capacidade para tal, proporem criticas fundamentadas e sugestões no sentido de novas e diferentes abordagens,
novas propostas de trabalho e novos horizontes de análise. Mais satisfeito ficaria ainda, se fossem até um pouco mais longe
que o atrás referido, elaborando uma nova obra de raiz. Estarei ao dispor, para fornecer o pouco conhecimento que adquiri,
na feitura deste.
Até lá, com a graça do senhor, um muito obrigado a todos, do sempre ao vosso
dispor
José Nogueira dos Reis.
Património Arqueológico
Santa Eugénia, conserva
um vasto conjunto de monumentos e sítios arqueológicos autênticos que preservam e perpetuam a memória ancestral de outras ocupações humanas com estádios de desenvolvimento cultural, social, económico e religiosos muito
próprios dessas civilização em épocas distintas, em que o legado cultural por elas deixado, que o tempo e a modernidade não
conseguiu apagar, faz a história da freguesia nos tempos mais longínquos, desde
a Pré-história à Idade Média.
Pela inegável importância
cultural, turística e didáctica de tal património a Junta de Freguesia, nomeadamente sobre a orientação de José Nogueira dos
Reis, vem desde Janeiro de 2002 a implementar uma série de acções no âmbito do estudo/investigação, da recuperação/restauro,
da preservação e, finalmente, da divulgação e dinamização das estações e monumentos arqueológicos, tudo para o garante da
memória histórica do passado que consubstancia a identidade cultural do povo no
presente e, por conseguinte, no futuro. |