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Filosofia

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"Sócrates dialogando"

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Antiga Grécia - Aristóteles

 
  

José Nogueira dos Reis

Amante de Filosofia e

Aprendiz de Filosofo


 
Filosofos e lugares de Filosofia
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Antiga Grécia - Aristóteles Edit
    
  

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Grécia Antiga - Platão
    
  

 
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"Sócrates dialogando"
  
 

  
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FILOSOFIA  
  
Abordar o tema da historia da filosofia é algo tão amplo e tão árduo que por mais que escrevamos e falemos sempre ficará algo pendente, qualquer um poderá nos dizer que faltam dados e que o enfoque deveria ter sido feito sob todos os ângulos; simplesmente porque a filosofia é a vida do homem com suas grandezas e baixezas, suas paixões e vergonhas, suas esperança e frustrações, enfim, é sua vida no sentido mais amplo da palavra.  
O pensamento, isto é, a filosofia, nasce no mesmo momento em que o homem, como ser humano, é: é simultâneo e inseparável, consubstancial e, não pode ser pessoa sem ter um pensamento próprio.   

Os primeiros pensamentos de que temos notícia nos foram transmitidos por dois meios fundamentais: a tradição oral e a forma escrita, quer seja por meio de gráficos, símbolos ou qualquer outra forma desenvolvida de comunicação. Isto não quer dizer, de modo algum, que antes desses documentos não tenha existido diferentes formas de conceber a existência, desde o que está mais próximo ao que está mais inapreensível; a ausência de documentos só demonstra isso: ausência de documentos, nada mais. Ninguém pode duvidar que antes de escrever ou de falar há um processo mental, e que a transmissão é uma fase posterior à ideia.   

Muitas vezes, os pensamentos filosóficos, nos chegam por meio de crenças religiosas, sendo assim muito difícil estabelecer a barreira entre filosofia e religião.   

    Cada povo os desenvolve de forma diferente, isto é, em diferentes etapas, mas todos tem um denominador comum. O que muda é a forma de expressão que é adaptada à própria maneira de ser de cada um; as crenças são as mesmas, mudam somente as formas de expressá-las.   

    Por conveniência e para não tornar este assunto interminável, vamos considerar a filosofia, ou melhor, como esta se desenvolveu em nossa civilização ocidental.   

    É óbvio que nem todos os filósofos tinham os mesmos pensamentos na mesma época, e vamos expor aqui os que chegaram até nós, os que nos deixaram mais vestígios no eterno processo de evolução.   

    Começaremos com os filósofos gregos, que também são conhecidos pelo nome de "filósofos da natureza". Esses filósofos não se faziam as perguntas da mesma maneira que hoje fazemos a nós mesmos. Eles, aparentemente pelo que chegou até nós, estavam mais preocupados pelo modo como algumas formas podiam chegar a se converterem em outras, por exemplo:  como era possível que da terra surgissem as árvores, as plantas; como era possível que ocorressem os fenómenos da natureza.   

    Os primeiros filósofos concordavam que havia uma matéria original, uma matéria primária que era a origem de todas as mudanças e transformações, havia algo de onde tudo nascia e ao que tudo voltava. Aqui podemos estabelecer o ponto em que a filosofia se torna independente da religião, ou seja, quando começaram a se perguntar sobre os fenómenos da natureza.   

    O primeiro filósofo ao qual faremos referência é Tales, nascido na colónia grega de Mileto, na Ásia Menor. Opinava que a "água" era a origem de todas as coisas e que "tudo estava pleno de deuses". Infelizmente não podemos saber mais pois seus escritos, se existiram, foram perdidos.  

    O seguinte é Anaximandro, também de Mileto, que pensava que nosso mundo era um dos muitos que nascem e morrem dentro do que ele chamou de" o Indefinido".   

    E o terceiro desta colónia de Mileto foi Anaximedes (aproximadamente 570-526 a.C.), que achava que a origem de tudo era o "ar". Ele conhecia os pensamentos de Tales que pensava que a água era o ar condensado e continuava se condensando ainda mais e assim se convertia em terra. Também achava que o fogo devia ser ar diluído de maneira subtil; segundo ele, a terra, a água e o fogo tinham sua origem no ar. Estes elementos eram necessário para que surgisse a vida. Compartilhava com Tales a ideia de que tem que haver uma matéria prima que constitui a base de todas as mudanças que ocorrem na natureza.   

    É comum aos três a ideia de que nada surge do nada e tem que haver somente uma matéria prima. Deste modo, aparece a pergunta: como é possível a mudança?   

    Na colónia de Elea, ao sul da Itália, viveu Parménides (aprox. 510-470 a.C.). Ele achava que tudo é eterno, que tudo sempre existiu, e que do nada não vem nada. Até aqui, seu pensamento era consequência dos pensamentos dos filósofos de Mileto, mas ele foi mais longe e disse que o que já existe não pode se converter em outra coisa diferente.   

    Ele via que a natureza mudava constantemente. Diferenciou entre os sentidos e a razão. Os sentidos lhe diziam que ocorriam mudanças, mas sua razão não podia os assimilar. Ele achava que os sentidos dão uma perspectiva errónea do mundo, e se concentrou em descobrir como se produziam essas "ilusões".   

      Esta é a base do que foi posteriormente chamado de "racionalismo", que não é outra coisa senão a fé cega que as pessoas tem de que a razão é a fonte de seus conhecimentos.   

      Heráclito que viveu em Éfeso (aprox. 540-480 a. de C.) era contemporâneo de Parménides. Ele tinha pensamentos opostos a este último, ele tinha mais fé, para se dizer assim, em seus sentidos. Ele declarou: "tudo flui".  

      Tudo está em perpétuo movimento e nada dura eternamente.   

      Assinalou que o mundo é um acúmulo de contradições constantes. Necessitamos conhecer o polo oposto de uma coisa para conhecer e apreciar a própria coisa. Por exemplo: necessitamos conhecer o estar doente para apreciarmos a saúde, conhecer a guerra para valorizar a paz, se não houvesse noite não nos daríamos conta do dia. Tanto o bem como o mal tem um lugar necessário no Todo, se não houvesse luta entre os opostos o mundo deixaria de existir, assim entendia Heráclito.   

      Foi quem introduziu o conceito de "logos" para designar o divino, que abrange a todo o mundo. Achava que tem que haver um "logos universal" que rege tudo o que sucede, poderíamos definir isso também como a "lei natural".   

      Em meio a todas estas mudanças, lutas e contradições, Heráclito via a Unidade, o Todo fluindo por todas as partes.   

      As ideias de Parménides e de Heráclito estavam em oposição, portanto em que devemos confiar: na razão ou nos sentidos?.   
        
      Fazendo um resumo dizem o seguinte:   

      Parménides disse:   
      - Nada pode mudar.   
      - As sensações são enganosas.  

      Heráclito afirmou:   
      - Tudo muda, tudo flui.   
      - Devemos confiar nas sensações.   

      O desacordo é total e foi necessário aparecer um outro filósofo para lançar um pouco de luz sobre as questões, seu nome era Empédocles (494-434 a. de C.) da Sicília, e ele achava que ambos tinham razão, mas que os dois se equivocavam em uma coisa fundamental.   

      Empédocles achava que ambos haviam dado por certo que havia somente um elemento. Se isso fosse certo, a diferença entre o que diz a razão e o que percebemos seria insuperável. Chegou a conclusão de que havia que repelir a ideia de um só elemento, afirmou que a natureza era composta por quatro elementos ou "raízes", como ele os chamou, e denominou estes quatro elementos de "terra, ar, fogo e água".     

      Todas as mudanças se produzem ao se separar e ao se juntar estes estes quatro elementos, mas em diferentes proporções. Quando algo morre retorna aos elementos originais, esta é uma mudança que podemos observar com nossos sentidos; mas os elementos "básicos" ficam inalteráveis depois das mudanças.  

      Na realidade, não é certo que tudo muda. Podemos compará-lo com um pintor, que tendo somente a cor vermelha não poderia pintar uma erva verde, mas se tiver o vermelho, o amarelo e o azul pode obter milhões de cores ao mesclá-las em diferentes proporções.   

      Tudo isso funciona como pensamento, como teoria, mas não ao fazer frente a outras perguntas: Por que os elementos se unem?, Por que dão origem à uma nova vida?, Por que voltam a dissolver-se?.   

      Empédocles achou que tinha que haver duas forças que actuassem, as chamou "amor" e "ódio" referindo-se ao que une e separa, respectivamente.   

      Hoje em dia a ciência distingue, da mesma maneira que Empédocles entre elementos e forças.   

      Também se perguntou como é possível que nossos olhos vejam os objectos, ele deduziu que os olhos eram formados pelos quatro elementos, terra, ar, água e fogo e que cada elemento captava o que havia do mesmo elemento no objecto observado, e a mescla era o que fazia que o víssemos tal como é. Se faltasse um dos elementos, no olho, não se poderia ver o objecto ou a natureza em sua totalidade.   

      Outro filósofo que não aceitou a teoria a respeito de um só elemento foi Anaxágoras (500-428 a. de C.). Ele achava que a natureza era composta de múltiplas peças, invisíveis para o olho, tudo pode dividir-se em algo ainda menor, mas incluído nessas divisões há todavia ainda algo do todo. Dito de outra forma, tudo está em tudo e o todo tem uma descrição detalhada do resto.   

      A estas partes mínimas as chamou "germes" e pensava que uma força similar ao "amor" de   
      Empédocles era o que unia as partes; ele a chamou "espírito" (nous).   

      Ele foi o primeiro filósofo que viveu em Atenas, ainda que tenha nascido na Ásia Menor; foi acusado de ateu e teve que ir embora da cidade por dizer coisas tais como: que o sol não era nenhum deus e sim uma massa ardente maior que o Peloponeso. Achava que todos os astros eram feitos da mesma matéria que a Terra, pensou que também podia haver vida em outros planetas e que a Lua reflectia a luz do sol; explicou os eclipses do sol.   

      O último dos que podemos considerar "filósofos da natureza" é Demócrito (aprox. 460-370 A.C.), nasceu em Abdera, ao norte do mar Egeu.   

      Estava de acordo com os anteriores em que as coisas realmente não mudam, pensava que tudo era composto por pequenos elementos invisíveis, eternos e indivisíveis aos quais chamou de "átomos".   

      Para ele, se os átomos pudessem ser divididos não teriam servido para criar coisas novas já que a natureza não teria podido ter consistência e tudo seria uma pasta cada vez mais líquida. Tinham que ser eternos pois do nada não nasce nada, neste ponto estava de acordo com Parménides. Os átomos tinham que ser diferentes entre si para formar  todas as coisas. Quando um corpo desaparecia, seus átomos se dispersavam e podiam ser utilizados na formação de um novo corpo.   

      A teoria de Demócrito era correcta, a natureza é composta de átomos que se unem e se separam para dar lugar à novas formações, ainda que a ciência oficial tenha descoberto que são divisíveis em partículas mais elementares. Não obstante, os cientistas estão de acordo em que tem que haver um limite. Ou seria necessário mudar o traçado da divisão e ver o todo como um conjunto não divisível senão apresentando sob diferentes formas de manifestação?  

      Para Demócrito não havia nenhuma força ou espírito que pudesse intervir nos processos; para ele a única coisa que existia eram os átomos e o espaço vazio, tenhamos em conta que ele não dispunha dos aparatos atuais e tudo foi embasado em sua inteligência, ele não acreditava em nada que não fosse material, é um filósofo totalmente "materialista". Não existe nenhuma intenção detrás dos processos atómicos, tudo ocorre mecanicamente, dito de outra forma, "tudo é casual".   

      Outra pergunta que se estabelece ante essa teoria é: O que acontece com a consciência? Não pode ser formada por cosas materiais. Demócrito pensava que sim, que a alma tinha alguns átomos especiais da alma. Quando morria uma pessoa os seus átomos se dispersavam e iam formar parte da alma de outra em processo de criação.

         
          
        

      Bibliografía:  

      - E.R. Dodds, The Ancient concept the progress and other ensays. Oxfor 1973  
      - W.K.C.. Guthrie, A history of Greek Philosofy. Cambridge 1975  
      - Ferguson. The early stois. New York 1975  
      - K. Von Fritz. The Teory of Mixed Constitution and Antiquity. New York 1954.  
      - J. De Romille. La loi dans la penseé grecque des origenes à Aristote. París 1971  

      - Jostein Gaarder. Sofies verden. Oslo 1991 
       
         

       
       
       
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