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Álvaro de Campos
 
A Fernando Pessoa
 
     (Depois de ler seu drama estático "O marinheiro" em "Orfeu I") 
 
       Depois de doze minutos  
       Do seu drama O Marinheiro,  
       Em que os mais ágeis e astutos  
       Se sentem com sono e brutos,  
       E de sentido nem cheiro,  
       Diz rima das veladoras  
       Com langorosa magia  
       De eterno e belo há apenas o sonho.  
       Por que estamos nós falando ainda?  

                                         Ora isso mesmo é que eu ia  
                                         Perguntar a essas senhoras...  

 
 
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  TRANSCRITO POR JNREIS


Narcose
Embriagada na noite,
Rumei ao delírio.
Débil no sol,
Rumei ao desespero.
Desesperada no delírio,
Chorei insanidade.
Insana deixei de Chorar.
Abandonei o sentir...
Percebi dores, angústias
E dúvidas...
OBSERVEI-AS COMO SE DE OUTROS FOSSEM.
Apoiei o desamparo desses outros...
Quis voltar a mim...
Ainda Não Sei Onde Me Deixei.
TRANSCRITO POR:
JNREIS

Alma Minha:
Que erros terá cometido,
Esta alma perdida,
Em tempos Passados?
Que alma perdida,
Terá cometido erros,
Em passados incertos?
Que erros castigariam,
Esta alma, sem dó.
Adolescente e tão só...
Só e tão carregada.
Que alma poderá suportar,
O castigo de crimes,
Que por certo lhe são alheios?
Só uma alma só...

Não somos hipócritas descontentes
Vivendo num desânimo fatal
Somos Hipies Persistentes
O Amor é o Nosso Ideal
Há quem diga que pertencemos
A uma nova sociedade
Será pelo facto de qurermos
Paz, Amor e Liberdade?
Por aqui, por acolá
Somos alvo de contestações
Nós próprios protestamos
Contra guerras, hipócrisias e Prisões.
Cada um ter o que deseja
É que É Pura Felicidade
Nós Hipies, o que quremos
É Paz, Amor e Felicidade.
(Março de 1970, Alijó)