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José Nogueira dos Reis |
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"Em honra - embora «Póstuma» - A Sua Excelência Mário Sampaio" |
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José
Nogueira dos Reis - Caldas de Carlão |
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Lamento
que professores de história, enganem a história | | |
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A dez quilómetros da sede do concelho, Carlão é uma freguesia
de remoto povoamento. Os abundantes vestígios arqueológicos assim o confirmam. No campo da arte primitiva (Neolítico e
Idade do Bronze), há as pinturas rupestres de Pala Pinta. É um dos três únicos espaços com estas características em todo o
País. Foi descoberto por um arqueólogo local em 1921 e é formado por uma espessa lapa de granito constituindo um abrigo com
cobertura de doze metros de comprimento e quase três de altura. Alguns sinais simbólicos, pintados a vermelho, representam
segundo alguns autores as estrelas e o sol. Seria um local de culto, não de habitação. No castro do Castelo, situado na serra
de Carlão, foram descobertas algumas pinturas rupestres. Do tempo dos romanos, existe em Santa Águeda de Carlão uma ponte
construída sobre o rio Tinhela, a jusante das caldas, por volta do século III d. C. e parcialmente destruída em 1730. Refere
Fernando Rodrigues Leitão, autor de uma Monografia sobre o Concelho de Alijó, em relação à arqueologia de Carlão: Mas se a
povoação é muito antiga as manifestações da vida humana a acusar a presença do homem dentro do seu termo actual, são mais
antigas ainda. Elas vêm dos períodos mais remotos da pré-história. A arqueologia local, rica em documentos de valor, apresenta-nos
testemunhos nítidos do homem da pedra polida senão da pedra lascada, pois um instrumento lítico, género coup de poing, encontrado
nas imediações do castrum, faz supor isso. O curioso topónimo desta freguesia deriva claramente de um antropónimo, Carlon,
que aparece no onomástico medieval. Terá sido um remoto possuidor destas terras. Carlão pertenceu desde o início ao concelho
de Alijó, ao contrário da maior parte das actuais freguesias. A paróquia era uma vigairaria colada apresentada. O pároco tinha
de rendimento anual 16 mil réis e 20 alqueires de trigo, quantia pouco significativa comparando com outras povoações do concelho. Em
relação ao património edificado de Carlão, destacamos em primeiro lugar os monumentos religiosos. A igreja paroquial desta
freguesia é um templo do século XVIII e destaca-se por conservar no seu espólio uma sagrada custódia setecentista. Ainda de
relevo é uma imagem de Teixeira Lopes representando Jesus Cristo crucificado. Com três altares, o do Santíssimo Sacramento,
o de Nossa Senhora do Rosário e o de S. Sebastião, foi reconstruída por duas vezes. Aumentada em 1903 com a construção de
uma torre sineira. A primitiva igreja matriz de Carlão deveria ser aquilo que resta de uma antiga capela românica aqui existente,
cujas ruínas ainda se podem ver no cemitério. A pequena capela dedicada a Nossa Senhora dos Remédios, que se levanta no
local onde existiu em tempos um povoado castrejo, foi construída no século XIX, embora tenha sofrido posteriormente diversas
reconstruções. A capela do Povo, no lugar de Casas da Serra, foi construída no século XVIII por Francisco Teixeira de Mesquita,
fidalgo da família Mesquita. Hoje em ruína total, era de estilo renascentista e dedicada a S. Francisco. Ali foi sepultado
o seu fundador, que gravou na pedra tumular a seguinte quadra: Escolhi este lugar / Em humilde me fundo / E para fugir do
mundo / Quero aqui descansar. O património mais importante da freguesia, em termos de património, devem ser mesmo as caldas
de Carlão, também conhecidas como caldas de Favaios, de Tinhela ou de Murça. Estão a quatro quilómetros da sede da freguesia
e têm águas sulfúreas sódicas ou primitivas com excelentes propriedades
Por José Nogueira dos Reis< font> |
José Nogueira dos Reis |
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"Marco Pombalino" |
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J
osé
Nogueira dos Reis, cumprimenta-os e faz os mais sinceros votos de felicidade. |
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Mapa
das Freguesias do Concelho de Alijó |
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Freguesia de Vilar de Maçada
José
Nogueira dos Reis |
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Mapa
das Frguesias de Alijó | |
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Vilar de Maçada é uma aldeia cuja origem se perde nos tempos.Em 02/05 de 1253, no sec.XIII,
por conseguinte,o Rei D.AfonsoIII, que se encontrava nessa data em terras Transmontanas, concretamente em Lamas de Orelhão,
deu foral a Vilar de Maçada.
Contudo, existem provas, na opinião de Alexandre Herculano, Hist.de Portugal, pág.86-2ºvolume,
encontrando-se D.Sancho I em Mirandela, deu o reguengo de Vilar de Maçada a Garcia Mendes, em Julho de 1198. Isto é, em 1198
já há noticia da existência de Vilar Maçada como reguengo, ou seja, propriedade da coroa.
Esta terra, oriunda da fidalguia, possui das mais lindas casas brasonadas, que do concelho de
Alijó, quer mesmo de Trás-os-Montes. A nobreza aqui existente e que eu tenho mais conhecimento, são: Pinto Pizarros, Pizarro
Portocarrero, Pinto Mesquita, e Pinto Pimentel.
Do "Livro dos Forais, Escrituras, Doações, Privilégios e Inquirições"do Arquivo Histórico do
Ministério das Finanças, com prefácio de José Mendes da Cunha Saraiva,no 2º volume, pág.114, pode ler-se:
"240
Item as cincoenta ( cinquenta )e tres ( três ) folhas do dito livro foi achado o
Julgado de Panoyas, em o qual Julgado foi achada a inquiriçom das Parroquias a saber de São Salvador de Boucoos, e de Santa
Maria de Villar de Massada, e de São Miguel de Poyares, com as quais o Hospital tem suas possessões, da qual Inquiriçom o
theor tal he De Santa Maria de Villar de Massada-Gonçalo Mendes Capelão, Martim Gonçalves, Martim Pires, Gonçalo Gomes, Mendo
Pires, Fernão Pires, João Domingues, Pero Gonçalves jurados disserão (disseram ) que dão vida ao Mordomo de sete cazaes (
casais ), que ahi tem o Senhor Rey, e cada hum deve ser Mordomo o seu Anno, e esse que for Mordomo não faz foro nesse anno,
e pagão tres cimas, e dão desta dahi por foro dous pouçais, e em esta via pagão voz e coima, e vão a entroviscada, e ao castello,
e dão vida ao Mordomo, e portagem, e o Hospital ganhou ahi herdades, e vinhas foreiras, assim como estas são, e não fazem
dahi foro a El Rey".
Transcrevi este texto,de Vilar Maçada...Em Roteiro,do Dignissímo Mário Sampaio, e,
aconselho vivamente a todos os que gostam de história, que leiam essa obra. Aí poderão ver muitos outros documentos de igual
beleza e idêntico valor.Bem como lindissímas e raras fotografias históricas.Por exemplo, encontra-se no roteiro referido,
uma transcrição dum documento do livro "Memórias de Vila Real" de Sousa e Silva Gonçalves, 2º volume, página 452, sobre o
Termo de Via Real, que diz:"Freguesia de Vilar de Maçada, anexa à de São Miguel de Tresminas.Reparare-se que esta última ,
é sita no concelho de Jalles...!!!
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Casa do Mouro
José
Nogueira dos Reis |
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"Em
honra - embora «Póstuma» - A Sua Excelência Mário Sampaio" | | | |
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| | | Ofereço |
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Este modesto trabalho, ofereço em honra de Sua Excelência
- infelizmente, já falecido - , o Senhor Mário Sampaio.
José Nogueira dos Reis - Baseado no seu livro "Vilar Maçada Em Roteiro" |
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Pelourinho
de Alijó |
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José
Nogueira dos Reis |
José
Nogueira dos Reis |
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"Marco
Pombalino" |
Gravuras Rupestres
Cão
de caça - um dos lazeres da gente deste concelho, é a caça.
Orago
de Santa Eugénia" |
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José
Nogueira dos Reis | Santa Eugénia, é uma «Santa» muito venerada pelas
gentes da aldeia com o mesmo nome.
Passeie a «pé» pelo rio «Tinhela» e de «barco» pelo rio «Douro»
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Alijó
Alijó é
o primeiro concelho do distrito de Vila Real. Constituído por dezanove freguesias, ocupa uma área total que atinge os 33 mil
hectares. Situa-se na parte sudeste do distrito. Nem sempre Alijó teve os seus actuais limites. Através do primeiro foral,
concedido por D. Sancho II em 1226, o concelho abrangia uma área que incluía somente as seguintes povoações: Alijó, Granja,
Presandães, Chã, Valdemir, Santa Eugénia, Casas da Serra, Carlão, Franzilhal, Safres, Castedo e Cotas. Mas antes deste
período, já ia longa a história de Alijó. Diversas antas e dólmens em algumas freguesias do concelho provam que o povoamento
do seu território remonta, pelo menos, ao período megalítico. Os povos castrejos, que por aqui se fixaram por volta do X milénio
a. C., deixaram os seus redutos fortificados como legado da sua existência. Locais romanizados posteriormente por um povo
que deixou abundantes testemunhos da sua presença, desde fontes a calçadas e pontes.
Valdemir
e Santa Eugénia passariam posteriormente para o concelho de Murça, pois nas Inquisições de D.Afonso III, em 1258 (1), se averiguou
« quod homines de Mussa filiaverunt tantam heriditatem de Ligoo quod fecerunt ibi unam villam que vocatur Sancta Ogenia...».
D.Afonso
III, ao confirmar, em 1269, com novo foral, o anterior passado no reinado de seu irmão, ainda inclui a aldeia de Santa Eugénia,
mas condicionalmente - «Do et concedo insuper vobis cum ipsa villa de Alligoo aldeyam de Prazennaes et aldeyam de Sancta Ogenia
(...) si eas vincere per directum poteritis» (3) A verdade é que, no recenseamento de 1530, ordenado por D.João III, já Santa
Eugénia aparece no concelho de Murça com oito (8) famílias. E só regressaria à posse de Alijó com a reforma administrativa
de 1853 que lhe deu a área actual. A sua situação a sudeste do distrito de Vila Real, tendo como fronteira sul o
rio Douro, sofreu as consequ~encias dum condicionalismo que as investidas e invasão muçulmanas (711) e as surtidas
de Afonso I das Astúrias criaram. Morriam uns vítimas dos ódios das guerras, fugiam outros na procura de lugares onde a vida
estivesse em segurança.
Partindo
do «Parochial» suévico ( segunda metade do séc.VI) em que se apresenta uma lista das paróquia das dioceses então existentes,
cuja autenticidade foi posta em relevo por Pierre David - Estudos historiques, Coimbra, 1947 - , e seguindo a documentação
medieval desde o séc.VIII, relativo à região de Entre-Douro e Minho e Trás-os-Montes, onde se repetem algumas dominações das
paróquiasa do referido «Parochial», tudo revela que aqui continuava a viver população laboriosa.
A
própria tradição religiosa se manteve através da permanência substancial do culto dos mesmos santos titulares das igrejas
e capelas.É isso que nos evidencia o sugestivo estudo sobre hagio-toponímica, feito por aquele insigne medievalista. Essa
permanência também aqui se patenteia, como exemplo em S.Mamede, Sanfins ( de S.Félix, mártir de Gerona), Santa Eugénia, como
hagiotopónimos, e ainda nos santos patronos de outras freguesias ou paróquias - S.João Baptista de Castedo, S.Jorge (hoje
S.Domingos) de Favaios, S. Águeda de Carlão, S.Tiago de Vila Chã e outros cujo culto já vem de época anterior à invasão mourisca.
Isto
leva a concluir, pelo menos a admitir que também neste concelho uma população, embora diminuta, continuou agarrada às suas
terras nesse período conturbado que se seguiu á invasão àrabe e à posterior acção de Afonso I das Astúrias. Há na toponímica,
em nossa opinião, um nome, registrado, aliás, no primeiro foral de Alijó (1225), como ponto de referência do termo do concelho,
que nos recorda esse período de luta - «o cabeço do soldado» ( no foral, «capud sculca»), eminência sobranceira ao Vale de
maior, nas vizinhanças da povoação de Casa da Serra (Carlão). Dali se domina uma vasta região atravessada por duas antigas
vias romanas, e que podia constituir, por isso, local admirável para vigiar os movimentos do mouro próximo e avisar da sua
aproximação com certos sinais (fachos de fumo, de dia, e fogueiras, de noite), para o «buccinator» convocar todo o povo ao
«apelido», a resistência vigorosa ao ataque do agareno.
A
aceitar-se esta versão, há que aceitar também a presença duma população que tinha a sua defesa organizada.
Com
a Reconquista Cristã, o território começou a ser repovoado, e foi nesse sentido que D. Sancho I deu carta de foral a Alijó.
Manuel Alves Plácido, em O Povoamento do Concelho de Alijó, resumiu o processo global de povoamento nesta circunscrição administrativa:
Depois de um período de mais um século de D. Afonso I a Afonso II das Astúrias em que esta região, como afinal toda a de Entre-Douro
e Minho e trás-os-Montes, abandonada por parte do poder central, tanto de mouros como de cristãos, oferecia o aspecto de geral
abatimento, foi-se portanto, repovoando pouco a pouco, merc~e da acção de reis, nobres e clero.Surgindo, normalmente, mais
ou menos próximo de castros romanos ou prés-romanos, vilas rústicas, casaes, herdades foram-se espalhando para dar origem
muitas vezes a povoados, alguns dos quais com o seu foral que, num caso ou noutro, veio a promover a autonomia municipal.
E,
para terminar, parafraseando as palavras de Lúcio de Azevedo:
«Nesta
época por todo o território do Minho, trás-os-Montes e Beiras as populações se tinham recuperado. Por toda a parte, entre
o Minho e o Mondego, e, consequentemente, no concelho de Alijó, o território se achava coberto de igrejas e propriedades rústicas.
Mais ainda quando estabelecida a Monarquia a segurança dos bens e pessoas se tornou menos incerta» |
"JOSÉ NOGUEIRA DOS REIS" |
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"CASA DO AVÔ DE MEUS FILHOS" |
"JOSÉ NOGUEIRA DOS REIS" |
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"FILÓSOFO" |
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